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Wednesday, October 06, 2010

"Sphera, Spera, Speranza" de José Adelino Maltez (Sopa de Letras)


Ao lermos a poesia de José Adelino Maltez encontramos facilmente o dilema que implica o dualismo de uma alma que se divide entre o trabalho como docente, filósofo e político e, por outro lado, o "eu" emocional, o universo interior. Trata-se de uma escrita reveladora de um acentuado pensamento crítico, que recusa todas as formas de dogma e utiliza a dúvida como método exteriorizando, simultaneamente, as emoções contraditórias do Id.

Saudade, algum pessimismo e esperança fundem-se para construir um mundo em permanente transformação e a rodear um quotidiano onde o conhecimento é fonte de crescimento e as emoções de realização pessoal.


Cláudia de Sousa Dias

6 comments:

  1. Cláudia, pode não vir a propósito mas apetece-me partilhar isto. Tive uma aula, esta semana, de uma cadeira que não interessará muito mencionar. Ao sair de casa, resolvi agarrar 'O banqueiro anarquista'. A dada altura, arranquei com o diálogo sobre a 'tirania do auxílio'. Confesso, que, no fim daquilo, me senti um pouco como o idiota que cedeu a um impulso, deixando para trás as obrigações de académico convertido em amanuense confesso... talvez por isso leve um corte no ordenado... Também pensei em como o universo tem destas coisas... medidas de austeridade e salta-me às mãos o banqueiro anarquista, um texto do qual não gosto muito mas que insiste em se me pegar às mãos... Às vezes tenho medo dos livros e comentei com a minha mulher como me sinto perigoso com livros nas mãos e carta branca para entrar em aulas com gente já bem crescida... Um livro não é apenas um livro, cada vez me convenço mais disso.
    bjs e obrigado pela paciência

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  2. Não te esqueças, Bau, que por detrás de cada livro está um homem. Ou uma mulher. O livro é o resultado de um acto de criação vindo de um momento inspirador em que se conjuga emoção, conhecimento intelectual e experiência. Por isso, ao lermos entramos em diálogo com o texto escrito. A leitura deixa sempre uma marca no nosso cérebro. Por isso, quando se queimam ou guilhotinam livros está-se a silenciar as vozes daqueles que os escreveram.
    Exorto, por isso, à publicação de autores esquecidos como Nikos Kazantzakis ou José Rodrigues Miguéis.

    Tenho dito.


    CSD
    CSD

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  3. Ola Claudia
    já leste "Desconhecido nesta morada" de Kathrine Kressman Taylor ?

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  4. No belo romance de Ray Bradbury, convertido em película cinematográfica por François Truffaut, "Fahrenheit 451", sobre uma sociedade no futuro em que as casas são à prova de fogo e o papel dos bombeiros é queimar livros, o chefe desses chega a comparar o livro com uma arma que se tem apontada, justamente porque obriga a não permanecer limitado ao espaço que o poder - seja o poder político público, seja o poder econômico privado, qualquer deles, ao sair do trilho de função para se converter em fim em si mesmo - pretende como o mais conveniente. De certo modo, dialoga com a resposta dada ao Baudolino.

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  5. É isso mesmo Ricardo.


    csd

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