"Aves de Rapina" Wilbur Smith (Ulisseia)
Tradução de Francisco Silva Pereira
“Aves de Rapina” é um romance de aventuras passado no séc.XVII que nos desvenda os mistérios da costa oriental africana e Médio Oriente. Um autêntico diário de bordo que irá, com certeza, seduzir os apaixonados pela arte de marear.
O virtuosismo de Wilbur Smith, num romance como este, consiste em relatar, com precisão cirúrgica, o quotidiano dos navegadores da época dos descobrimentos e a capacidade de adaptação humana em superar as limitações da tecnologia da época. Estas limitações traduzem-se na arte de navegar por mares ainda pouco conhecidos, com os ainda primitivos instrumentos de orientação que possibilitavam o cálculo rudimentar da latitude e da longitude.
A trama desenvolve-se num ambiente político de guerra entre a Holanda e a Inglaterra pelo domínio das rotas que garantem o monopólio do comércio das especiarias, numa altura em que se começa a observar o início do declínio da hegemonia portuguesa.
Este é um romance no qual temos de ter em conta que o autor, sendo britânico e tendo feito, durante muitos anos, carreira no exército da Coroa ao serviço do Império, irá relatar os acontecimentos pelo ponto de vista dos corsários ingleses ao serviço de Sua Majestade, o Rei Charles II.
Desta forma, são profusamente descritas as tácticas de guerra de então, o uso do equipamento, a arte de bem esgrimir, cujos passos Smith dá a conhecer com o preciosismo de um virtuoso. Aliás, a caça e a guerra são duas das suas maiores paixões, presentes em todas as suas obras, como podemos observar na sua espectacular trilogia do Egipto: “O Sétimo Papiro”, “O Deus do Rio” e “O Mago”.
Aventura e fantasia são os ingredientes deste romance histórico que junta factos verídicos (a guerra entre a Holanda e a Inglaterra e a actividade corsária) com ficção
(o encontro com o mítico reino do Prestes João, guardião do Tabernáculo e do Santo Graal).
O romance é composto por personagens arquetípicas, divididas entre heróis e vilões. O Bem e o Mal sem nuances intermédias.
E, tal como em todas as suas obras, é, mais uma vez, inevitável a presença de uma loira perversa, de olhar felino e “nádegas como ovos de avestruz”- a grande vilã e protagonista das cenas mais escaldantes que recheiam os romances de Smith. Em contraste com a beleza exótica da moreníssima anglo-timorense - com a fisionomia típica das heroínas de Smith - que com ela, irá disputar o amor do protagonista, o belo corsário Hal Courtney.
Uma história light, mas divertida, para ser lida como quem vê um filme de aventuras ao estilo de “A Ilha das Cabeças Cortadas” ou “Os Piratas das Caraíbas”.
Possuidor de uma escrita objectiva, com muita acção e cenas com um nível de adrenalina impróprio para cardíacos, obriga o leitor a virar as páginas a um ritmo galopante, pode, por isso, considerar-se um livro de “fácil digestão”, pela pouca profundidade psicológica das personagens e da ausência de grandes análises histórico-políticas.
Ideal para despertar o vício da leitura.
Cláudia de Sousa Dias
“Aves de Rapina” é um romance de aventuras passado no séc.XVII que nos desvenda os mistérios da costa oriental africana e Médio Oriente. Um autêntico diário de bordo que irá, com certeza, seduzir os apaixonados pela arte de marear.
O virtuosismo de Wilbur Smith, num romance como este, consiste em relatar, com precisão cirúrgica, o quotidiano dos navegadores da época dos descobrimentos e a capacidade de adaptação humana em superar as limitações da tecnologia da época. Estas limitações traduzem-se na arte de navegar por mares ainda pouco conhecidos, com os ainda primitivos instrumentos de orientação que possibilitavam o cálculo rudimentar da latitude e da longitude.
A trama desenvolve-se num ambiente político de guerra entre a Holanda e a Inglaterra pelo domínio das rotas que garantem o monopólio do comércio das especiarias, numa altura em que se começa a observar o início do declínio da hegemonia portuguesa.
Este é um romance no qual temos de ter em conta que o autor, sendo britânico e tendo feito, durante muitos anos, carreira no exército da Coroa ao serviço do Império, irá relatar os acontecimentos pelo ponto de vista dos corsários ingleses ao serviço de Sua Majestade, o Rei Charles II.
Desta forma, são profusamente descritas as tácticas de guerra de então, o uso do equipamento, a arte de bem esgrimir, cujos passos Smith dá a conhecer com o preciosismo de um virtuoso. Aliás, a caça e a guerra são duas das suas maiores paixões, presentes em todas as suas obras, como podemos observar na sua espectacular trilogia do Egipto: “O Sétimo Papiro”, “O Deus do Rio” e “O Mago”.
Aventura e fantasia são os ingredientes deste romance histórico que junta factos verídicos (a guerra entre a Holanda e a Inglaterra e a actividade corsária) com ficção
(o encontro com o mítico reino do Prestes João, guardião do Tabernáculo e do Santo Graal).
O romance é composto por personagens arquetípicas, divididas entre heróis e vilões. O Bem e o Mal sem nuances intermédias.
E, tal como em todas as suas obras, é, mais uma vez, inevitável a presença de uma loira perversa, de olhar felino e “nádegas como ovos de avestruz”- a grande vilã e protagonista das cenas mais escaldantes que recheiam os romances de Smith. Em contraste com a beleza exótica da moreníssima anglo-timorense - com a fisionomia típica das heroínas de Smith - que com ela, irá disputar o amor do protagonista, o belo corsário Hal Courtney.
Uma história light, mas divertida, para ser lida como quem vê um filme de aventuras ao estilo de “A Ilha das Cabeças Cortadas” ou “Os Piratas das Caraíbas”.
Possuidor de uma escrita objectiva, com muita acção e cenas com um nível de adrenalina impróprio para cardíacos, obriga o leitor a virar as páginas a um ritmo galopante, pode, por isso, considerar-se um livro de “fácil digestão”, pela pouca profundidade psicológica das personagens e da ausência de grandes análises histórico-políticas.
Um livro que pode perfeitamente ser vocacionado para o público adolescente.
Ideal para despertar o vício da leitura.
Cláudia de Sousa Dias
3 Comments:
Cláudia,
posso sugerir estes dois:
[url]http://basketofideas.org/folhas-soltas/outras-formas-liter-rias/index.php[/url]
Um abraço de outro leitor inveterado :)
Boas leituras
Obrigada Francisco!
Fiquei surpreendidíssima ao ver um comentário em Wilbur Smith!
Visitarei os dois sites, sim senhor!
CSD
Oi, nossa ja li esse livro é simplesmente adorei... Ganhei ele do meu pai. Mais caí na besteira de empresta a uma amiga que fez o péssimo favor de sumir com o livro... Dou meus parabéns a você Cláudia pois descreveu perfeitamente a história é como nos sentimos ao ler ela... Adorei bjs :-D
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