"A Montanha da Lua" de Manuela Monteiro (Campo das Letras)
“A Montanha da Lua” é um livro que contém cinco deliciosas histórias contadas num estilo poético, com intenções pedagógicas ao público jovem do 2º e 3º ciclos.
No dia da apresentação do livro, o Professor Vasco Moreira, dirigindo-se às centenas de crianças presentes no lançamento, frisou que Manuela Monteiro "foi uma princesa à qual foi destinada a missão de leccionar e que, com a reforma se transformou numa fada com o objectivo de não deixar a magia morrer através de livros que seduzem e palavras que enfeitiçam", apelidando “A Montanha da Lua” de “jóia literária”.
O livro foi ilustrado pela jovem Inês de Oliveira, uma ilustradora de estilo apresentativo e não representativo, motivo pelo qual, o corpete da sereia Ondina e os vestidos das fadas diferem daqueles descritos no texto.
As imagens são lindíssimas, apresentando uma espectacular técnica de trabalhar as sombras e os volumes, cores suaves, formas "fofinhas" que atraem os olhares e que nos convidam a levar o livro para casa.
Falando dos contos propriamente ditos, “Safira, a Borboleta Azul” é aquilo que Manuela chama de “a sua história ecológica, a sua história verde”. É um divertido conto que poderia ser contado em verso pois, praticamente, todo ele rima quando lido em voz alta e pretende passar a mensagem de conservação da natureza e o respeito pela vida animal.
“ A Montanha da Lua”, a história que dá título ao livro, é a da coragem de João Alegre e da sua audácia, persistência, em superar todos os obstáculos da inóspita montanha que separa a Cidade da Alegria da Cidade da Solidão.
“Ondina, a Sereia” é um conto que poderia ser de Andersen (Hans-Chistian)
ou Andresen (Sophia de M. B.). O primeiro pela presença pungente da Dor; a segunda pela profusão de elementos marinhos mencionados no texto, fazendo lembrar a escrita da lindíssima e recentemente falecida Sophia. Esta é a história do sonho na qual se procura a reconciliação entre o mundo materialista dos homens e o mundo das sereias que personifica o plano do ideal, da criatividade, das emoções, do Belo e do Sublime. O adjuvante será o pintor que fará o papel de psicólogo que impede o estiolar dos sonhos recalcados. Porque com a morte das sereias os seres humanos também acabariam por estiolar.
“ A princesa Marina” é a história de uma princesa rebelde com um “rosto de rosa de Maio”, cuja ambição é a de derrubar as barreiras de comunicação e, simultaneamente, melhorar as condições de vida dos habitantes do seu reino.
“ A Fadazinha da Avenida" é o conto mais pungente de Manuela Monteiro. É a sua história da Dor e da Esperança. Nela, vemos descrita a Avenida Narciso Ferreira (em Famalicão), sob o pseudónimo de Avenida da Liberdade, os seus habitantes e a casinha onde habitam as fadas que correm o risco de ficar sem emprego, tendo por isso que emigrar. Até que uma dia…
Mas para saberem mais terão de ler a história!…
As histórias de infanto-juvenis de Manuela Monteiro, para além de ricas em vocabulário e estilo, obrigam a ler nas entrelinhas para encontrarmos o seu significado latente. São também extremamente pedagógicas contribuindo para a construção da personalidade dos mais novos, transmitindo a importância de valores como a amizade, a solidariedade, o amor, o respeito pela natureza, o civismo…
Contos onde a referência ao isolamento e ensimesmamento é uma constante, tal como no lindíssimo romance de Gabriel García Marquez “Cem anos de Solidão”, onde só é preciso um toque da varinha mágica de uma fada, princesa ou sereia, ou da coragem de um menino, para que ela desapareça.
São histórias onde a cor da Alegria triunfa sobre o cinzentismo da Solidão.
Onde não há montanha que não possa ser escalada.
Mesmo que seja tão alta como a Lua.
Cláudia de Sousa Dias
O livro foi ilustrado pela jovem Inês de Oliveira, uma ilustradora de estilo apresentativo e não representativo, motivo pelo qual, o corpete da sereia Ondina e os vestidos das fadas diferem daqueles descritos no texto.
As imagens são lindíssimas, apresentando uma espectacular técnica de trabalhar as sombras e os volumes, cores suaves, formas "fofinhas" que atraem os olhares e que nos convidam a levar o livro para casa.
Falando dos contos propriamente ditos, “Safira, a Borboleta Azul” é aquilo que Manuela chama de “a sua história ecológica, a sua história verde”. É um divertido conto que poderia ser contado em verso pois, praticamente, todo ele rima quando lido em voz alta e pretende passar a mensagem de conservação da natureza e o respeito pela vida animal.
“ A Montanha da Lua”, a história que dá título ao livro, é a da coragem de João Alegre e da sua audácia, persistência, em superar todos os obstáculos da inóspita montanha que separa a Cidade da Alegria da Cidade da Solidão.
“Ondina, a Sereia” é um conto que poderia ser de Andersen (Hans-Chistian)
ou Andresen (Sophia de M. B.). O primeiro pela presença pungente da Dor; a segunda pela profusão de elementos marinhos mencionados no texto, fazendo lembrar a escrita da lindíssima e recentemente falecida Sophia. Esta é a história do sonho na qual se procura a reconciliação entre o mundo materialista dos homens e o mundo das sereias que personifica o plano do ideal, da criatividade, das emoções, do Belo e do Sublime. O adjuvante será o pintor que fará o papel de psicólogo que impede o estiolar dos sonhos recalcados. Porque com a morte das sereias os seres humanos também acabariam por estiolar.
“ A princesa Marina” é a história de uma princesa rebelde com um “rosto de rosa de Maio”, cuja ambição é a de derrubar as barreiras de comunicação e, simultaneamente, melhorar as condições de vida dos habitantes do seu reino.
“ A Fadazinha da Avenida" é o conto mais pungente de Manuela Monteiro. É a sua história da Dor e da Esperança. Nela, vemos descrita a Avenida Narciso Ferreira (em Famalicão), sob o pseudónimo de Avenida da Liberdade, os seus habitantes e a casinha onde habitam as fadas que correm o risco de ficar sem emprego, tendo por isso que emigrar. Até que uma dia…
Mas para saberem mais terão de ler a história!…
As histórias de infanto-juvenis de Manuela Monteiro, para além de ricas em vocabulário e estilo, obrigam a ler nas entrelinhas para encontrarmos o seu significado latente. São também extremamente pedagógicas contribuindo para a construção da personalidade dos mais novos, transmitindo a importância de valores como a amizade, a solidariedade, o amor, o respeito pela natureza, o civismo…
Contos onde a referência ao isolamento e ensimesmamento é uma constante, tal como no lindíssimo romance de Gabriel García Marquez “Cem anos de Solidão”, onde só é preciso um toque da varinha mágica de uma fada, princesa ou sereia, ou da coragem de um menino, para que ela desapareça.
São histórias onde a cor da Alegria triunfa sobre o cinzentismo da Solidão.
Onde não há montanha que não possa ser escalada.
Mesmo que seja tão alta como a Lua.
Cláudia de Sousa Dias
2 Comments:
necessario verificar:)
:-)
é um belo livro para partilhar com os mais novos...
csd
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