“A Amêndoa” de Nedjma (ASA)
Um romance erótico, de carácter autobiográfico, escrito por uma mulher árabe, originária de Marrocos, que reside, actualmente, num país do Magrebe. Com um título que, em francês (no texto original), soa a algo muito parecido com A Amante (L’Amante), A Amêndoa (L’Amande), simboliza também o órgão do prazer feminino. Um livro polémico, cujo título é, só por si, uma provocação.
A Amêndoa pretende ser um manifesto do direito das mulheres árabes à sexualidade e ao prazer, numa sociedade que nega a autonomia e a liberdade de expressão femininas, com o objectivo de controlar essa mesma sexualidade. A intenção da Autora é a de tecer uma homenagem à antiga civilização árabe, onde o desejo era livre da noção de pecado e “onde dar e receber prazer era um dever do crente”.
Por detrás do véu da repressão, a Autora mostra-nos o mundo da sensualidade perdida do Oriente ao propor-se narrar “uma estória de espírito e de carne”. E porque se trata, precisamente de uma estória de sexo e paixão, a Autora utiliza a literatura como catapulta para bombardear preconceitos e derrubar as barreiras que separam o corpo e a alma, o sagrado e o profano reconciliando, ao mesmo tempo, o erotismo, Deus e a Mulher.
A Amêndoa é desenvolvido como um diário, ao explorar as emoções e sensações da jovem Badra, induzida, em plena adolescência, a abandonar a escola e a casar com um homem muito mais velho e a quem não ama. O marido é considerado pela família um bom partido e, sendo notário, usufrui de elevado prestígio social. É, por isso, cobiçado por muitas famílias que pretendem oferecer-lhe as filhas. Isto apesar de Hmed ter já rejeitado várias esposas alegando esterilidade.
Saturada da brutalidade nas relações íntimas, levadas a cabo unicamente com o fim de proporcionar um herdeiro ao marido, a jovem decide abandonar a aldeia e refugia-se em Tânger, na casa da exuberantíssima e rebelde Tia Selma.
É em Tânger que Badra irá descobrir o caminho da sua própria sensualidade e do efeito que esta provoca no sexo oposto. Lá conhece Driss, aquele que será o seu segundo marido, depois do suicídio do seu primeiro pretendente.
Driss é médico, cardiologista, um cidadão do mundo que divide a sua existência entre Paris e Tânger.
A linguagem é ousada, provocadora, com o objectivo de destruir pudores, fazendo por vezes lembrar o discurso de Henry Miller ou de Charles Bukovski. Apesar disso, as frases estão fortemente condimentadas com a paixão, a nostalgia e a saudade, o desprezo, a mágoa, o ciúme…
É por este motivo que A Amêndoa não pode ser confundido com um manual de instruções sexuais, sendo antes a exploração de todo o espectro de emoções susceptíveis de afectar o ser humano.
Mesmo as mais recalcadas.
Mesmo as mais inconfessáveis.
Um livro que põe a nu a hipocrisia que não conhece fronteiras civilizacionais.
A não perder.
Cláudia de Sousa Dias
A Amêndoa pretende ser um manifesto do direito das mulheres árabes à sexualidade e ao prazer, numa sociedade que nega a autonomia e a liberdade de expressão femininas, com o objectivo de controlar essa mesma sexualidade. A intenção da Autora é a de tecer uma homenagem à antiga civilização árabe, onde o desejo era livre da noção de pecado e “onde dar e receber prazer era um dever do crente”.
Por detrás do véu da repressão, a Autora mostra-nos o mundo da sensualidade perdida do Oriente ao propor-se narrar “uma estória de espírito e de carne”. E porque se trata, precisamente de uma estória de sexo e paixão, a Autora utiliza a literatura como catapulta para bombardear preconceitos e derrubar as barreiras que separam o corpo e a alma, o sagrado e o profano reconciliando, ao mesmo tempo, o erotismo, Deus e a Mulher.
A Amêndoa é desenvolvido como um diário, ao explorar as emoções e sensações da jovem Badra, induzida, em plena adolescência, a abandonar a escola e a casar com um homem muito mais velho e a quem não ama. O marido é considerado pela família um bom partido e, sendo notário, usufrui de elevado prestígio social. É, por isso, cobiçado por muitas famílias que pretendem oferecer-lhe as filhas. Isto apesar de Hmed ter já rejeitado várias esposas alegando esterilidade.
Saturada da brutalidade nas relações íntimas, levadas a cabo unicamente com o fim de proporcionar um herdeiro ao marido, a jovem decide abandonar a aldeia e refugia-se em Tânger, na casa da exuberantíssima e rebelde Tia Selma.
É em Tânger que Badra irá descobrir o caminho da sua própria sensualidade e do efeito que esta provoca no sexo oposto. Lá conhece Driss, aquele que será o seu segundo marido, depois do suicídio do seu primeiro pretendente.
Driss é médico, cardiologista, um cidadão do mundo que divide a sua existência entre Paris e Tânger.
A linguagem é ousada, provocadora, com o objectivo de destruir pudores, fazendo por vezes lembrar o discurso de Henry Miller ou de Charles Bukovski. Apesar disso, as frases estão fortemente condimentadas com a paixão, a nostalgia e a saudade, o desprezo, a mágoa, o ciúme…
É por este motivo que A Amêndoa não pode ser confundido com um manual de instruções sexuais, sendo antes a exploração de todo o espectro de emoções susceptíveis de afectar o ser humano.
Mesmo as mais recalcadas.
Mesmo as mais inconfessáveis.
Um livro que põe a nu a hipocrisia que não conhece fronteiras civilizacionais.
A não perder.
Cláudia de Sousa Dias
9 Comments:
Cláudia,
É admirávela forma como por apresentas os livros.
A amendoa parece-me mesmo muito
interessante.
Vou lê-lo assim que acabar
de ler o livro que leio agora.
Deixo-te um sorriso!
olá devoradora de livros:o)
mas uma vez passei para te desejar um optimo fim de semana :o)
bjinho
Vai gostar do livro GNM!
Angel, és um amor!
Um óptimo fim-de-semana para ti também!
já lá fui ver, Pirata:)
Mas ainda não encontrei nada relativo à simbologia da Amêndoa...
Vou, no entanto, procurar com mais calma...
beijinhos
CSD
Obrigada! Vou lá dar uma espreitadela! Entretanto aguarda o meu texto para o escritor famoso entre amanhã e sexta-feira!
Beijo!
CSD
Passo e deixo-te um sorriso...
Ola Claudia
Terei todo o cuidaddo de não deixar escapar ese livro se me passar debaixo dos olhos e perto da mâo.
Conheces Apronenia Avitia?
se sim parabens
Se não, aconselho vivamente e espero a tua critica como é obvio.
ciao
Luis Nunes Alberto
Não conheço,mas faço questão de ler!
Um beijinho para a terra das laranjas e das amendoeiras!
:)
CSD
Se é bibliófila recomendo-lhe o site Winking Books (www.winkingbooks.com)
Miguel
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