“Lendas de Santos” de Eça de Queirós (Livros do Brasil)
Este é o livro de Eça no fim da vida, um Eça romântico, revolucionário, crente na infinita bondade humana de alguns seres excepcionais, embora sempre anti-clerical ao manifestar, nas entrelinhas e sobretudo na Lenda de S. Cristóvão, o ódio visceral à Igreja enquanto instituição, que o caracteriza.
O gigante S. Cristóvão, que viveu nos primeiros séculos da era cristã, é transportado por Eça de Queirós para a Idade Média e inserido no meio social envolvente, numa brilhante reconstituição histórica tanto no que toca ao cenário medieval (a casa do senhor, o mosteiro, a casa do servo) como nos episódios, cenas e quadros que ilustram a época, assim como as relações sociais típicas do período feudal.
Oriundo das gentes do povo, Cristóvão nasce com algumas características físicas que não o tornam muito propenso a ser aceite socialmente. Na realidade, é mesmo considerado como sendo um “monstro” – pés chatos, pele rugosa e tamanho desmesurado. Extremamente lento de raciocínio, Cristóvão é, no entanto, uma criatura dócil e muito prestativa. Coloca sempre a sua força de trabalho ao serviço dos outros sem, no entanto, exigir qualquer tipo de recompensa material. E quando o faz nunca é em proveito próprio.
Dedica a vida inteira à defesa dos mais fracos, facto a que se deve a sua canonização.
Das três lendas tratadas pela pena do mais célebre romancista português do século XIX, a mais completa e bem acabada é, precisamente, a de S. Cristóvão, uma vez que, na lenda de Santo Onofre, em muitas das páginas, não se sabe ao certo qual é a versão final, ou definitiva e, quanto à lenda de Frei Gil, cujo plano ou estrutura da narrativa nos dá a entender tratar-se de um belo e atribuladíssimo romance ao estilo de A Relíquia ou O Mandarim mas ficou, devido à morte do Autor, inacabado.
De tudo o que foi dito acerca da personagem Cristóvão, não há muito mais a acrescentar. Mas o mesmo não acontece em relação à época medieval, que é minuciosamente caracterizada pelo Autor até à exaustão, tecendo quadros de um vivo realismo como a vida nas cidades medievais, na aldeia, no castelo, a descrição das respectivas salas, a precisão das actividades passadas na cozinha castelã; a vida monástica e a forma como o sofrimento auto-infligido dos eremitas constituem, no seu entender, uma forma pretensiosa de se igualar ao modelo de perfeição personificado na figura de Cristo. Eça dá a entender ao leitor, pelo olhar de Cristóvão, tratar-se de soberba aquilo que se pretende fazer passar por humildade, valorizando antes a disposição em ajudar o Outro altruisticamente – o esquecimento de si.
Cristóvão tem, apesar de tudo, um ponto fraco. Necessita de sentir que precisam dele, do seu amor e infinita necessidade de se sentir útil.
Juntamente com o percurso de Cristóvão, são também explorados, vários episódios/acontecimentos da vida medieval, como as relações de vassalagem, a vida monástica, a vida eremita, o fenómeno da peste negra, a marginalização dos doentes, a falta de higiene pelo facto de não tratarem dos cadáveres, a guerra dos Jacques (jacobinos) num prenúncio dos acontecimentos que originaram a Revolução Francesa, cerca de quatro séculos mais tarde, as guerras entre suseranos, os torneios, as jornadas dos mercadores. Sem falar na administração da Justiça. Os enforcamentos, as flagelações. Também são mencionados, em vários episódios, toda uma casta de superstições de origem pré-cristã e os chamados “bruxedos”, que faziam parte das tradições populares e do misticismo lusitano, a par da adoração das relíquias, peregrinações e festas populares.
A lenda de S. Cristóvão é, por isso, um belo retrato da época medieval “roubado” aos romances de cavalaria, recheada do idealismo de D. Quixote e, simultaneamente, da rude simplicidade de Sancho Pança.
Relativamente à Lenda de Santo Onofre, que foi contemporâneo do Imperador Constantino. Tendo ele vivido logo após as perseguições de Diocleciano, a lenda de Santo Onofre passa-se, portanto, já num ambiente político mais tolerante e, por consequência, mais favorável à disseminação ideológica inerente ao cristianismo.
Nascido na pequena cidade de Afrodite, nas margens do Nilo, na rota de peregrinação que vai desde o Delta e de Alexandria até Tebas, a família de Onofre é, contudo, de origem grega. O pai é proprietário de uma taberna de uma califa de dromedários que aluga aos viajantes.
O acesso ao conteúdo ideológico da nova seita vinda dos lados da Palestina, foi proporcionado por um escravo núbio que lhe contava a vida dos solitários/eremitas que, no deserto, atingiam a perfeição contemplativa ao alhearem-se por completo da vida material e dos prazeres terrenos. Deste modo encaravam aquilo que, então, entendiam como a aproximação com o divino.
Curiosamente, o escravo núbio, originário das províncias arábicas, transmite uma ideia de paraíso muito semelhante àquele que é idealizado pelos muçulmanos...mas é ele, segundo a versão queirosiana, o principal mentor de Onofre.
Ao fazer vinte anos, Onofre retira-se para o deserto da Tebaida, onde sofre as mais rigorosas privações em busca da tão almejada perfeição e aproximação com a divindade. No entanto, o principal obstáculo a esta bem-aventurança é o seu desmedido narcisismo, o seu orgulho, manifesto numa infinita vaidade e no desejo de fama ânsia ardente pela aquisição do poder de mudar o mundo; a Mulher é, também, encarada como o símbolo do Mal, uma distracção que o desvia da sua busca pela virtude suprema.
O desejo de omnisciência acaba, também, por tentá-lo, mas acaba por cair no sofisma, devido à extensa quantidade de falsos santos e mestres supostamente iluminados que visam apenas confundi-lo. Há, no entanto, no meio de todos estes supostos modelos conceptuais e religiosos, um conjunto de interrogações (vide página 190) que mostram todo o cepticismo religioso do Autor relativamente às origens divinas de Cristo, facto que, noutros tempos, colocaria directamente a obra no index.
São igualmente mencionadas as teorias dos cátaros, luciferinos e outros diabólicos, colocadas estrategicamente com o propósito de iludir ou confundir possíveis censores...ao colocá-los aparentemente a todos “no mesmo barco”. Só conseguirá, no entanto, iludir quem não terá lido A Relíquia ou O Crime do Padre Amaro.
Onofre acaba, afinal, por alcançar a virtude, uma vez que o seu sentido do dever, materializado pelo desejo de ajudar o Outro, acaba por se sobrepor à vaidade perfeccionista com a qual desejava conquistar o Paraíso...
Para conferir a nota de realismo impressa nas belíssimas descrições deste conto, Eça de Queirós socorre-se não só do deu impressionante saber histórico e conhecimento das civilizações antigas extraído das leituras dos autores clássicos latinos e gregos, mas sobretudo da memória visual e do contacto das gentes da Terra dos Faraós, durante a sua estadia no Egipto.
O calor, a aridez, os sons das terras do Norte de África junto ao Nilo ficaram indelevelmente registados para a posteridade, dotando a escrita do texto A Lenda de Sto. Onofre, de um requintado toque de exotismo pela mão de um Autor que tem o dom de colorir a sua escrita com belíssimos quadros visuais.
Para a bela estória de Frei Gil, Eça de Queirós inspirou-se na tranquila paisagem de Vouzela, onde o canto da calhandra por entre o arvoredo da paisagem serrana, com os seus silêncios e murmúrios, o aproximam do romântico Goethe. Eça vai buscar a Werther e ao Fausto de Thomas Mann a inspiração para esboçar um plano para delinear a estrutura da vida atribulada de um jovem de beleza e inteligência supremas , nascido no seio da aristocracia rural, que decide correr mundo, com o objectivo de desenvolver as suas capacidades intelectuais e aumentar o seu acervo de conhecimento.
Uma vida cheia de peripécias, onde não deixa de intervir a presença de um Mefistófeles e de uma figura feminina arcadiana a simbolizar a Tentação, o Desvio da Rota, uma mulher de beleza suprema, um misto de Eva com Helena de Tróia.
Aquele a quem, no final da sua existência, apelidam de S.Frei Gil, acaba por colocar o seu vastíssimo saber, acumulado ao longo de toda uma vida ao serviço do próximo, é o mais terreno dos santos de Eça de Queirós. A simpatia do Autor por este santo que, durante uma boa parte da sua vida foi um bon vivant, deve-se ao facto de este, na verdade, não ambicionar a santidade, de ser destituído do desejo, da vaidade narcísica da perfeição, substituída antes por uma insaciável curiosidade e sede de viver.
O texto é o mais bem conseguido, em termos literários, de toda a obra. Seria um belíssimo romance histórico com o criticismo de Cervantes e a magia da audaciosa Marion Zimmer Bradley que, no século vinte, conquistou legiões de leitores em todo o globo com As Brumas de Avalon. Um romance infelizmente inacabado.
Na primeira parte da narrativa o jovem fidalgo Gil Mendo trava conhecimento com o Diabo que o afasta do seu objectivo inicial – o estudo das artes médicas em Paris – ao convencê-lo a ingressar na Universidade das Artes Negras em Toledo...
Após muitas peripécias e satisfeitos os apetites relacionados com o Poder, a Sabedoria e o Amor, Gil cansa-se da vida terrena e decide, então, buscar o aperfeiçoamento espiritual...
Eça de Queirós deixa-nos, com a sua morte, na expectativa, com uma estória terminada exactamente no ponto de viragem (no momento em que conhece o estranho cavaleiro que o convence a trocar Paris por Toledo), onde a trama começa a ficar realmente interessante...
...Até que alguém, um dia, decida dar continuidade à rota marcada no mapa do fidalgo seguindo as pisadas do maior escritor português...
Esperemos que sim...
Cláudia de Sousa Dias
O gigante S. Cristóvão, que viveu nos primeiros séculos da era cristã, é transportado por Eça de Queirós para a Idade Média e inserido no meio social envolvente, numa brilhante reconstituição histórica tanto no que toca ao cenário medieval (a casa do senhor, o mosteiro, a casa do servo) como nos episódios, cenas e quadros que ilustram a época, assim como as relações sociais típicas do período feudal.
Oriundo das gentes do povo, Cristóvão nasce com algumas características físicas que não o tornam muito propenso a ser aceite socialmente. Na realidade, é mesmo considerado como sendo um “monstro” – pés chatos, pele rugosa e tamanho desmesurado. Extremamente lento de raciocínio, Cristóvão é, no entanto, uma criatura dócil e muito prestativa. Coloca sempre a sua força de trabalho ao serviço dos outros sem, no entanto, exigir qualquer tipo de recompensa material. E quando o faz nunca é em proveito próprio.
Dedica a vida inteira à defesa dos mais fracos, facto a que se deve a sua canonização.
Das três lendas tratadas pela pena do mais célebre romancista português do século XIX, a mais completa e bem acabada é, precisamente, a de S. Cristóvão, uma vez que, na lenda de Santo Onofre, em muitas das páginas, não se sabe ao certo qual é a versão final, ou definitiva e, quanto à lenda de Frei Gil, cujo plano ou estrutura da narrativa nos dá a entender tratar-se de um belo e atribuladíssimo romance ao estilo de A Relíquia ou O Mandarim mas ficou, devido à morte do Autor, inacabado.
De tudo o que foi dito acerca da personagem Cristóvão, não há muito mais a acrescentar. Mas o mesmo não acontece em relação à época medieval, que é minuciosamente caracterizada pelo Autor até à exaustão, tecendo quadros de um vivo realismo como a vida nas cidades medievais, na aldeia, no castelo, a descrição das respectivas salas, a precisão das actividades passadas na cozinha castelã; a vida monástica e a forma como o sofrimento auto-infligido dos eremitas constituem, no seu entender, uma forma pretensiosa de se igualar ao modelo de perfeição personificado na figura de Cristo. Eça dá a entender ao leitor, pelo olhar de Cristóvão, tratar-se de soberba aquilo que se pretende fazer passar por humildade, valorizando antes a disposição em ajudar o Outro altruisticamente – o esquecimento de si.
Cristóvão tem, apesar de tudo, um ponto fraco. Necessita de sentir que precisam dele, do seu amor e infinita necessidade de se sentir útil.
Juntamente com o percurso de Cristóvão, são também explorados, vários episódios/acontecimentos da vida medieval, como as relações de vassalagem, a vida monástica, a vida eremita, o fenómeno da peste negra, a marginalização dos doentes, a falta de higiene pelo facto de não tratarem dos cadáveres, a guerra dos Jacques (jacobinos) num prenúncio dos acontecimentos que originaram a Revolução Francesa, cerca de quatro séculos mais tarde, as guerras entre suseranos, os torneios, as jornadas dos mercadores. Sem falar na administração da Justiça. Os enforcamentos, as flagelações. Também são mencionados, em vários episódios, toda uma casta de superstições de origem pré-cristã e os chamados “bruxedos”, que faziam parte das tradições populares e do misticismo lusitano, a par da adoração das relíquias, peregrinações e festas populares.
A lenda de S. Cristóvão é, por isso, um belo retrato da época medieval “roubado” aos romances de cavalaria, recheada do idealismo de D. Quixote e, simultaneamente, da rude simplicidade de Sancho Pança.
Relativamente à Lenda de Santo Onofre, que foi contemporâneo do Imperador Constantino. Tendo ele vivido logo após as perseguições de Diocleciano, a lenda de Santo Onofre passa-se, portanto, já num ambiente político mais tolerante e, por consequência, mais favorável à disseminação ideológica inerente ao cristianismo.
Nascido na pequena cidade de Afrodite, nas margens do Nilo, na rota de peregrinação que vai desde o Delta e de Alexandria até Tebas, a família de Onofre é, contudo, de origem grega. O pai é proprietário de uma taberna de uma califa de dromedários que aluga aos viajantes.
O acesso ao conteúdo ideológico da nova seita vinda dos lados da Palestina, foi proporcionado por um escravo núbio que lhe contava a vida dos solitários/eremitas que, no deserto, atingiam a perfeição contemplativa ao alhearem-se por completo da vida material e dos prazeres terrenos. Deste modo encaravam aquilo que, então, entendiam como a aproximação com o divino.
Curiosamente, o escravo núbio, originário das províncias arábicas, transmite uma ideia de paraíso muito semelhante àquele que é idealizado pelos muçulmanos...mas é ele, segundo a versão queirosiana, o principal mentor de Onofre.
Ao fazer vinte anos, Onofre retira-se para o deserto da Tebaida, onde sofre as mais rigorosas privações em busca da tão almejada perfeição e aproximação com a divindade. No entanto, o principal obstáculo a esta bem-aventurança é o seu desmedido narcisismo, o seu orgulho, manifesto numa infinita vaidade e no desejo de fama ânsia ardente pela aquisição do poder de mudar o mundo; a Mulher é, também, encarada como o símbolo do Mal, uma distracção que o desvia da sua busca pela virtude suprema.
O desejo de omnisciência acaba, também, por tentá-lo, mas acaba por cair no sofisma, devido à extensa quantidade de falsos santos e mestres supostamente iluminados que visam apenas confundi-lo. Há, no entanto, no meio de todos estes supostos modelos conceptuais e religiosos, um conjunto de interrogações (vide página 190) que mostram todo o cepticismo religioso do Autor relativamente às origens divinas de Cristo, facto que, noutros tempos, colocaria directamente a obra no index.
São igualmente mencionadas as teorias dos cátaros, luciferinos e outros diabólicos, colocadas estrategicamente com o propósito de iludir ou confundir possíveis censores...ao colocá-los aparentemente a todos “no mesmo barco”. Só conseguirá, no entanto, iludir quem não terá lido A Relíquia ou O Crime do Padre Amaro.
Onofre acaba, afinal, por alcançar a virtude, uma vez que o seu sentido do dever, materializado pelo desejo de ajudar o Outro, acaba por se sobrepor à vaidade perfeccionista com a qual desejava conquistar o Paraíso...
Para conferir a nota de realismo impressa nas belíssimas descrições deste conto, Eça de Queirós socorre-se não só do deu impressionante saber histórico e conhecimento das civilizações antigas extraído das leituras dos autores clássicos latinos e gregos, mas sobretudo da memória visual e do contacto das gentes da Terra dos Faraós, durante a sua estadia no Egipto.
O calor, a aridez, os sons das terras do Norte de África junto ao Nilo ficaram indelevelmente registados para a posteridade, dotando a escrita do texto A Lenda de Sto. Onofre, de um requintado toque de exotismo pela mão de um Autor que tem o dom de colorir a sua escrita com belíssimos quadros visuais.
Para a bela estória de Frei Gil, Eça de Queirós inspirou-se na tranquila paisagem de Vouzela, onde o canto da calhandra por entre o arvoredo da paisagem serrana, com os seus silêncios e murmúrios, o aproximam do romântico Goethe. Eça vai buscar a Werther e ao Fausto de Thomas Mann a inspiração para esboçar um plano para delinear a estrutura da vida atribulada de um jovem de beleza e inteligência supremas , nascido no seio da aristocracia rural, que decide correr mundo, com o objectivo de desenvolver as suas capacidades intelectuais e aumentar o seu acervo de conhecimento.
Uma vida cheia de peripécias, onde não deixa de intervir a presença de um Mefistófeles e de uma figura feminina arcadiana a simbolizar a Tentação, o Desvio da Rota, uma mulher de beleza suprema, um misto de Eva com Helena de Tróia.
Aquele a quem, no final da sua existência, apelidam de S.Frei Gil, acaba por colocar o seu vastíssimo saber, acumulado ao longo de toda uma vida ao serviço do próximo, é o mais terreno dos santos de Eça de Queirós. A simpatia do Autor por este santo que, durante uma boa parte da sua vida foi um bon vivant, deve-se ao facto de este, na verdade, não ambicionar a santidade, de ser destituído do desejo, da vaidade narcísica da perfeição, substituída antes por uma insaciável curiosidade e sede de viver.
O texto é o mais bem conseguido, em termos literários, de toda a obra. Seria um belíssimo romance histórico com o criticismo de Cervantes e a magia da audaciosa Marion Zimmer Bradley que, no século vinte, conquistou legiões de leitores em todo o globo com As Brumas de Avalon. Um romance infelizmente inacabado.
Na primeira parte da narrativa o jovem fidalgo Gil Mendo trava conhecimento com o Diabo que o afasta do seu objectivo inicial – o estudo das artes médicas em Paris – ao convencê-lo a ingressar na Universidade das Artes Negras em Toledo...
Após muitas peripécias e satisfeitos os apetites relacionados com o Poder, a Sabedoria e o Amor, Gil cansa-se da vida terrena e decide, então, buscar o aperfeiçoamento espiritual...
Eça de Queirós deixa-nos, com a sua morte, na expectativa, com uma estória terminada exactamente no ponto de viragem (no momento em que conhece o estranho cavaleiro que o convence a trocar Paris por Toledo), onde a trama começa a ficar realmente interessante...
...Até que alguém, um dia, decida dar continuidade à rota marcada no mapa do fidalgo seguindo as pisadas do maior escritor português...
Esperemos que sim...
Cláudia de Sousa Dias
14 Comments:
Esperemos que sim...
Interessante este post, aliás como os demais. Vou imprimir para ler com maior atenção!!!
Obriga da Luís é um prazer receber-te no meu pequeno mundo dos livros.
CSD
pois a poesia era só na primeira terça...tou doudaaaa....
volto...beijO
Por acaso este nunca li! Adoro Eça e este pareceu-me digno de uma leitura atenta!
Pois é un dress, mas ontem por acaso acabei por não ir, estava ligeiramente constipada..
Miss Al Cor, afinal está aqui tão perto... a viagem de combóio até Gaia demora pouco mais de 40 minutos...
Bjs
CSD
Não li este livro do Eça.
Pela tua excelente descrição parece interessante.
Beijo.
É verdade, Nilson!
Não é o Eça que estamos habituado que estamos habituados a conhecer, com aquela acidez verbal que observámos em "A Relíquia", por exemplo. nota-se que está a atravessar uma fase da q~vida que o deixa particularmente sensível...
Mas a quelidade e o espírito crítico mantêm-se.
Bjs
CSD
cristovão o-doce-monstro...
onofre o-que-busca-a-redenção...
fascina-me esse teu olhar sobre a
plurisignificância das palavras...
as tuas próprias a (re)criar outras...:)
beijO
Não li, mas já anotei no caderninho! :-)
Cláudia, mereces o CÉU das letras !
Olha no Caderno deixei lá notícias sobre um museu especial - O Museu da Língua Portuguesa !
Bjs da isabel
" ...um Eça romântico, revolucionário, crente na infinita bondade humana de alguns seres excepcionais,(...)"
Voltei para te dizer que estes são os revolucionários em quen realmente acredito ! Os outros, os agrestes, são os revoltados e desses eu fujo.
Beijos e mais beijos ******
da isabel
Minhas queridas Isabel, UnDress, RTP: vocês são realmente fora de série! Nunca pensei que este post sobre o Eça tivesse uma reacção tão positiva...
...por sair um pouco do seu registo habitual.
Mas é uma delícia que estas lendas constituam um pretxto para aglutinar um leque de amigos tão especial quanto todos vós!
Um forte abraço para todos vocês inclusive o Nilson e o Luísque também se juntam a esta cyber-tertúlia!
(é pena é não ter aqui na bibliopteca uma garrafita de Möet e Chandon para brindar...:-))
CSD
Na verdade, em "Lendas de santos", Eça faz uma crítica sutil ao cristianismo. Podemos perceber no "São Cristóvão" que o autor coloca o santo como um perfeito idiota que faz o bem sem saber a quem.
Típico do Eça.
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