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Tuesday, December 22, 2009

“Romeu e Julieta” de William Shakespeare (Dom Quixote)


Inserida na primeira fase da carreira literária de William Shakespeare, a peça de teatro Romeu e Julieta inclui-se na categoria de tragédia, seguindo os cânones dos antigos clássicos, embora partindo da reconstrução de uma lenda medieval de origem veronesa.

A primeira fase do percurso literário de William Shakespeare é, essencialmente, composta por tragédias e dramas históricos. No entanto, Romeu e Julieta anuncia já um período de transição, antes do Autor enveredar pela fase das tragédias que o consagraram, tais como Hamlet, Macbeth, ou Othello.

Romeu e Julieta é um drama que incarna o arquétipo do amor juvenil. A lenda dos jovens amantes tinha já sido alvo de várias readaptações, quer sob a forma de poesia/romance quer em prosa. A inovação introduzida por Shakespeare consiste na adição de um leque de personagens secundárias a incluir Mercuccio, Benvoglio, Tebaldo e Páris, com o intuito de expandir a trama e dotá-la de consistência.

Elementos Temáticos

A dualidade entre o Bem e o Mal, presente no íntimo de várias personagens – que inspirou alguns dos membros fundadores da escola psicanalítica na construção do respectivo modelo explicativo do comportamento –, é um dos principais elementos temáticos da obra e está presente nas atitudes de várias personagens. Esta visão de Shakespeare acerca da natureza humana é proveniente da crença de que nenhum ser humano é inteiramente bom ou mau, mas uma mistura de ambos, variando apenas a proporção de cada um destes elementos.

Outra questão que é evidenciada em Romeu e Julieta, são as consequências que advêm de uma acção irreflectida ou precipitada, no momento em que as emoções estão ao rubro sem dar tempo ou lugar a um planeamento resultante de uma ponderação adequada, o que abre, normalmente, a porta à fatalidade. Esta ideia está presente em vários momentos da acção, com particular incidência nos avisos de Frei Lourenço que, ou são simplesmente ignorados ou carecem de decifração adequada.

Um outro elemento inovador na obra é a importância dada ao papel do acaso ou imprevisto a contribuir, de forma decisiva, no desenrolar dos acontecimentos e no destino das personagens. Se, por exemplo, em Sófocles, a fatalidade se abate sobre os protagonistas devido a um erro ou uma falha – o caso de Laio ou Édipo, por exemplo –, em Shakespeare e, particularmente, no caso da personagem Romeu, este só comete um deslize em função das circunstâncias, uma vez que se trata, não de uma personalidade imoderada ou dada a excessos temperamentais, mas de alguém perfeitamente consciente do perigo da ira resultantes de provocações externas. Há, aqui, consciencilização de que em sociedade “comportamento gera comportamento”. É por este motivo que Romeu tenta, a todo o custo, evitar os desacatos de Tebaldo, e aguentar a incompreensão, o desdém, o escárnio e a revolta do melhor amigo, Mercuccio. Este último intervém, reage agressivamente em defesa de Romeu e morre na contenda. Romeu é obrigado a tomar uma atitude mais drástica. A partir daqui, o azar interfere e cruza-se várias vezes no seu caminho, interpondo-se entre si e Julieta.

1. Sexo, erotismo, amor e morte

As metáforas relacionadas com amor e sexo proliferam sobretudo nos actos I e II, sob a forma de convites dissimulados, dirigidos principalmente às personagens femininas. Sendo que, na época, o pudor era uma característica muito valorizada nas mulheres, estas poderiam salvaguardar a própria reputação, fingindo não entender o significado da metáfora, caso a proposta não interessasse. Ou então, responder no mesmo tom, em linguagem cifrada, para corresponder aos avanços do amante.

Em Romeu e Julieta a fase da corte propriamente dita é suprimida em virtude de Romeu ter, acidentalmente, escutado o monólogo da jovem na varanda. A partir daí, dá-se a quebra de ambiguidade, exigida pelo protocolo e os jovens amantes passam a falar da relação propriamente dita, o que faz com que os diálogos entre ambos fluam com maior espontaneidade e intimidade, características normalmente associadas ao amor da juventude e da adolescência.
A este respeito, Shakespeare aproxima o acto erótico do estertor da morte. A seguir à morte de Tebaldo, dão-se uma série de equívocos que levam à precipitação das atitudes comandadas por “paixões incontroláveis” – sobre as quais Frei Lourenço lança várias vezes o alerta – que levam os jovens amantes à morte. Da mesma forma, na cena final, podemos identificar uma forte conotação sexual entre o punhal e o pénis, numa analogia estabelecida pelo facto de ambos terem a possibilidade de repousar “na bainha do corpo de Julieta”. O pai da jovem chega a afirmar que a filha foi “desflorada pela morte”

2. A Luz e a Escuridão

Estes dois elementos estão presentes na acção como uma forma de bipolaridade, em analogia com o Bem e o Mal, presentes ao longo de toda a peça. Ambos os protagonistas aparecem associados a elementos luminosos como o sol, a lua, as estrelas, o fogo, os raios, elementos positivos, quase sempre associados aos ideais de beleza, amor e coragem.
Como contraponto, aparecem a escuridão, as sombras, a noite, as nuvens, a neblina, o fumo…elementos que se ligam à ideia de tristeza e ódio.
Trata-se de um recurso estilístico de que se socorre o autor para descrever experiências sensoriais e estados de alma.
Ambos os protagonistas vêem um no outro a luz – o amor – a emergir do meio da escuridão – o ódio – que envolve ambos os clãs.
À medida que o drama se desenrola, verifica-se esta mesma correspondência entre claro/escuro, amor/ódio, juventude e maturidade ou velhice a denunciar um clima de conflito não só entre famílias mas também geracional. A geração mais jovem e progressista, representada por Romeu e Julieta, defende o direito à livre escolha dos afectos, em oposição ao interesse da geração mais velha. O amor entre ambos brilha, parecendo arder como uma chama no meio do abismo “negro” do ódio.
Shakespeare recorre à técnica da ironia dramática e ao paradoxo ao permitir que a ira entre os parentes mais próximos, que são as personagens secundárias, escureça a luz do amor espontâneo que pudessem vir a sentir.

3. O tempo

O elemento tempo vem, também, reforçar a mesma dicotomia. As referências de curto prazo são sempre dirigidas aos jovens amantes, enquanto as de longo prazo referem-se, quase sempre, à geração mais velha.
Romeu e Julieta tentam manter, preservar o seu próprio mundo imaginário no quarto de Julieta e prolongar o momento o mais possível. Pela mesma razão, a jovem insiste em ouvir o rouxinol, que canta à noite, e não a cotovia, que canta à alvorada. É a tentativa de parar o tempo, sabendo que este está prestes a esgotar-se e como que adivinhando que não se irá repetir.

Estrutura Dramática

A peça está dividida em cinco actos onde a mestria do autor revela-se na construção da acção pela alternância de momentos de reflexão e acção com a passagem rápida e intermitente de situações que envolvem o género cómico, lírico e dramático. Esta mesma alternância confere um dinamismo trepidante ao texto e à visualização da acção, sobretudo quando levada a cena e que se torna particularmente notória em algumas produções cinematográficas como a de Buzz Luhrmann, protagonizada por Leonardo DiCaprio e Claire Danes. O objectivo é manter a atenção do espectador e, simultaneamente, aliviar a tensão quando esta ameaça tornar-se insuportável.


O primeiro acto inicia-se com o diálogo entre os criados de ambas as famílias, marcando as hostilidades que são o reflexo da rivalidade existente entre os patrões.
Numa primeira fase, Romeu declara-se apaixonado pela pudica Rosalina, a qual pretende entrar para um convento. O acaso faz com que intercepte a mensagem que dois criados iletrados do patriarca Capuletto não conseguem decifrar. Romeu fica assim a saber que os Capuletto darão um baile onde poderá estar Rosalina. Decide, por isso, infiltrar-se na festa para ter uma oportunidade de cortejar o seu ídolo amoroso.
Durante o baile, conhece Julieta e o curso dos acontecimentos sofre o primeiro ponto de inflexão, quando o jovem é assaltado por um fulminante amor à primeira vista. Este momento da acção é marcado pela presença da lírica tipicamente shakespeariana a substituir a lírica tradicional, inspirada em Petrarca, que Romeu utilizava quando se referia a Rosalina (hipérboles, figuras mitológicas…).

No acto II, dá-se o encontro dos dois amantes na varanda do quarto de Julieta, onde trocam juras de amor. O acto termina com o casamento secreto de ambos, coadjuvados pela Ama e pelo Frei Lourenço.


No acto III, Romeu é desafiado por Tebaldo, à saída da igreja, para um duelo. Mercuccio intercede pelo amigo e morre. Romeu aceita o desafio e mata Tebaldo. A partir de então, instala-se o clima de guerra aberta entre as duas famílias. Romeu foge e é condenado pelo Príncipe ao exílio. À noite, esgueira-se para o quarto de Julieta, onde é consumado o casamento. É no entanto, a última vez que se vêem com vida. A alcova torna-se a antecâmara da morte.

No acto IV, os Capuletti não medem esforços para apressar o casamento de Julieta e Páris. Trata-se de uma união que visa satisfazer os interesses de ambas as famílias. Julieta recusa obedecer e enfrenta as ameaças do pai. Finge, no entanto, capitular para ganhar tempo. Conta com a ajuda da Ama e frei Lourenço. Este último traça um complicado plano com o objectivo de preparar a fuga do jovem casal. O plano tem, no entanto, várias falhas. Sobretudo peca pelo excesso de intermediários. E, também, por não contar com o imprevisto ao deixar Julieta sozinha num momento crucial, o que desencadeia a tragédia.


No acto V, a mensagem escrita de Frei Lourenço, dirigida a Romeu, não chega ao destinatário, mas as más notícias sim. A seguir ocorrem uma série de equívocos que levam à precipitação e a atitudes desesperadas e extremistas levadas pelas ditas “paixões incontroláveis”.
A última cena, à laia de epílogo, mostra Capuletos e Montéquios a estabelecer uma trégua em memória dos filhos. Ao longo de toda a acção, a autoridade do Príncipe revela-se ineficaz face ao clima de ódio, inveja, avidez e desejo de poder, acumulados de ambos os lados dos contendores.

Técnicas Dramáticas: Comedia X Tragédia

Antes da morte de Mercuccio, no acto III, a tónica da acção incide, maioritariamente na comédia, nos diálogos entre os criados com os apartes da ama e as provocações dos amigos e jovens, parentes de Romeu. A acção só adquire as nuances dramáticas a partir do momento em que a gravidade das atitudes das personagens atinge o ponto culminante, com as mortes de Mercuccio e Tebaldo. Este é o segundo ponto de inflexão, presente na acção dramática, a partir da qual a probabilidade de ocorrer a fatalidade cresce a uma velocidade galopante, apertando o cerco à volta dos jovens amantes.


Numa fase inicial, Romeu é exilado e não morto, após ter ferido mortalmente Tebaldo no duelo – o Príncipe tem em conta os atenuantes – o que permite subsistir alguma esperança nos espectadores/leitores de que o jovem casal se junte no fim. Esta esperança é sustentada pela acção dos coadjuvantes. A mesma esperança é o elemento que abre as portas à imprevisibilidade. Enquanto dura, todas as possibilidades estão em aberto.

As mudanças de estado emocional, desencadeadas nos espectadores, conferem o dinamismo necessário à acção, alternando o estado de esperança e desespero, indulgência e novamente esperança, antes da desilusão final.


A existência de enredos secundários tem o intuito de clarificar as acções das personagens principais. Por exemplo: a paixão inicial de Romeu por Rosalina – amor formal – permite ao leitor/espectador estabelecer o contraponto entre o amor de Romeu por aquele e, depois, por Julieta. Por outro lado, o desamor desta por Paris é expresso pela formalidade com que esta se lhe dirige, em oposição ao ardente discurso que utiliza nos diálogos com Romeu.

O Autor utilizou diferentes formas do discurso poético, de acordo com o estatuto e o papel das diferentes personagens. O prólogo, por exemplo, consiste numa introdução de 14 linhas sob a forma de soneto shakespeariano, onde um coro ou corifeu, à semelhança do que acontece nas peças clássicas, descreve o cenário ou clima social em que se desenvolve a acção e as atitudes das personagens. Já o diálogo entre Romeu e Julieta expressa-se sob a forma de versos brancos, pentâmetros jâmbicos e, portanto, com ritmo marcado e métrica precisa.
Nas falas de Frei Lourenço, William Shakespeare utiliza o sermão, de acordo com o perfil da personagem. Para a Ama, escolhe novamente os versos brancos e, também, a fala coloquial brejeira, recorrendo aos trocadilhos, sobretudo de carácter sexual, ao referir-se à noite de núpcias de Romeu e Julieta, recorrendo a uma linguagem mais rude para se dirigir aos seus pares.

Para Romeu, jovem culto e aristocrata, utiliza, inicialmente, o soneto de inspiração petrarquiana – recorre à metáfora e a elementos temáticos retirados dos clássicos –, a linguagem cortês do período isabelino, que naquela época começava a cair em desuso, é dirigida a Rosalina. Para falar com Julieta, Romeu substitui o soneto petrarquiano pelo shakespeariano ao abandonar a linguagem formal, algo pretensiosa e arcaica, para adoptar um discurso mais espontâneo e próximo da realidade da namorada. Com ela, utiliza metáforas de inspiração bíblica, ligadas à religião, como “peregrino” e “santa”.

Julieta fala, frequentemente, por monossílabos, recorrendo muitas vezes ao epitálamo.

Mercuccio utiliza a rapsódia, para descrever as lendas associadas à rainha Mab e à explicação dos sonhos, numa narrativa cheia de onirismo e Páris a elegia, diante do túmulo de Julieta. As personagens do povo exprimem-se numa linguagem caracterizada pelo prosaísmo. Em Mercuccio e na Ama deparamo-nos, com frequência, com trocadilhos de natureza sexual.
Segundo Júlia Kristeva, “do ódio entre ambas as famílias nasce o clima propício à paixão, envolvendo um véu de secretismo que cobre a relação dos amantes”.
Há quem pense, também, que a tragédia de Romeu e Julieta é a projecção do luto do Autor pela morte do filho, Hamnet.

Identidade de Género

A ambiguidade que envolve algumas das personagens, como Mercuccio e Benvoglio, no que respeita à identidade de género é outro elemento que marca uma forte presença neste drama de Shakespeare.

Em ambas as personagens está patente, quer pelo comportamento quer pelos diálogos, uma certa ambiguidade sexual, com pendor tendencialmente homossexual. Um dos principais méritos de Shakespeare é a percepção de que a identidade sexual é sobretudo uma construção social, muito antes do surgimento da Psicologia e, principalmente, do construtivismo. Daí a forte ambiguidade sexual nas frases de Mercuccio dirigidas a Romeu.

Intertextualidades

A maior parte das influências literárias que encontramos em Shakespeare provêm, sobretudo dos clássicos, como as Metamorfoses de Ovídio, a história de Príamo e Tisbe, amantes na antiguidde, provenientes de famílias reais, d’ Os Contos Efésios de Xenofonte, datado de meados do século III, onde se dá uma separação drástica dos dois amantes, das diferentes versões da lenda dos amantes de Verona, incluindo o Decameron de Boccaccio, entre outros…

William Shakespeare é, para muitos, um Autor visionário, com uma capacidade superior de entendimento da natureza humana e destituído de preconceitos de índole moral, sexual e religiosa, o que faz dele um Autor universal e intemporal.


Cláudia de Sousa Dias

Nota: os dados históricos e biográficos foram pesquisados através da Wikipédia

18 Comments:

Blogger Teresa said...

Boas Festas, Cláudia.
Obrigada por estares aí.

Beijos
TSC

2:14 PM  
Blogger Claudia Sousa Dias said...

obrigada Teresa!

um beijo grande.


csd

3:29 PM  
Anonymous samartaime said...

Boa quadra com bons fritos, bons livros e um abraço com sininho de rena!

7:48 AM  
Blogger Claudia Sousa Dias said...

obrigada Samartaime!

beijinhos e boas festas, mais uma vez.



csd

2:12 PM  
Blogger P said...

Um Feliz Natal, Cláudia.
Que 2010 nos traga... o que tiver de trazer e capacidade para lidarmos com isso tudo. Já agora, com um sorriso!
bj
P.

5:15 PM  
Blogger Claudia Sousa Dias said...

obrigada, Bau.


um grande beijinho


csd

7:23 PM  
Blogger Fernanda Fiuza said...

Romeu e Julieta nunca foi minha história de amor preferida. Prezo muito os finais felizes...
Boas festas!

1:17 PM  
Blogger Claudia Sousa Dias said...

obrigada!

quanto à obra vale pela qualidade lierária.

embora os finais felizes nos tempos que correm sejam cada vez menos uma realidade.

csd

5:04 PM  
Blogger Toutinegra Futurista said...

Votos de um 2010 muito feliz!

10:58 PM  
Blogger © Maria Manuel said...

excelente análise de um clássico da literatura internacional! dou-te os meus parabéns e, como nunca li, fiquei grandemente enriquecida.

grata pela visita e pelas palavras que deixaste no meu blog.

um bom ano. beijo.

10:15 PM  
Blogger Claudia Sousa Dias said...

Obrigada Toutinegra!

Tudo de bom e parabéns pelos textos que publicas , sempre ultradivertidos!


csd

1:38 PM  
Blogger Claudia Sousa Dias said...

Um grande beijinho, para si também Maria Manuel....e obrigada pela visita ao meu cantinho dos livros...


csd

1:39 PM  
Blogger diogo said...

Apesar de estar na estante há mais de dois anos ainda não o li (que vergonha!!!) mas como (quase) toda a gente conheço a história por alto e acho que é por isso que ainda não o li.
Quanto a histórias com final feliz...só nas novelas :)

1:16 PM  
Blogger Claudia Sousa Dias said...

a mim sempre me intrigou muito mais a história da sereia de Andersen e os motivos pelos quais ela não ficou com o Príncipe, do que as comodamente felizes donas de casa e perfeitas fadas dor como as Brancas de Neve ou CInderelas..


csd

1:22 PM  
Blogger X said...

Um clássico e dos bons!
Embora que de Shakespeare prefira o "Sonho de uma noite de verão".

Parabens pelo blog. Cai aqui de paraquedas mas adorei. Está excelente.

6:07 PM  
Blogger diogo said...

Nas histórias infantis e contos de fadas a mim o que me intrigava era(entre outras coisas):
- O que é que deram de fumar à Bela Adormecida para ficar a dormir todos aqueles anos?
- Por muito príncipe que um gajo seja, como é que é possível beijar uma morta?
- Porque é que a Capuchinho Vermelho teve de pedir tantas pistas até se aperceber que a avó era um lobo?
Estava drogada? ......ou era mesmo parva?
- No que é que se parece uma avózinha a um lobo para que este passe despercebido em camisa de dormir?
- Que tipo de droga tomarão os anões da Branca de Neve para depois de 20 horas a bulir sair a cantar da mina?

Sei que não tem nada a ver com o tema mas nem fui eu quem começou a falar de contos de fadas e histórias infantis...

7:48 PM  
Blogger Claudia Sousa Dias said...

parece-me uma boa escolha, X...!
Obrigada pela sugestão.


abraço


csd

9:11 PM  
Blogger Claudia Sousa Dias said...

lolololololol...!!!!

def acto parecem completamente parvas se interpretadas à letra.


Mas posso sugerir-lhe "a psicanálise dos contos de fadas" de Bruno Bettelheim, discípulo de Freud, que já li, e achei interessantísssima a interpretação simbólica que faz...

sabe que se trtam de contos tradicionais, cuja versão foi transmitida de geração em geração, por via oral. São contos recolhidos e antologiados por autores como Perrault e Grimm, mas não são eles os autores originais.

O mesmo não acontece com Andersen.

Assim, se tomarmos o modelo freudiano de interpretação deste imaginário colectivo, podemos ter uma série de eufemismos a ilustrar realidades chocantes mas de forma suavizada para ser contada Às crianças ou jovens donzelas de forma a resguardar minomamente o pudor :-D.

Asssim poeremos ter uma Bela que foi violada ou agredida por um falo masculino - o fuso - aos 16 anos e ficado sem vontade nenhuma de se aproximar de um homem durante 10 anos e não 100. poderia perfeitamente, ou com um fantabulástico golpe de sorte, aos 26 anos, tão bela como aos 16, estar a dormir e entrar no quarto um belo mancebo reputadíssimo, competentíssimo habil amante, exímio na arte de beijar.

e a menina recupera o desejo...

:-)))

o capuchinho vermelho é um caso de pedofilia, típica com um Humbert Humbert que é o oposto do príncipe da Bela...

é sobretudo um actor, capaz de imitar vozes...e capaz de se travestir, com uma touca e camisa de dormir. e se a "avozinha", na penumbra do quarto, pede à menina que lhe faça companhia, porque está muito frio, a menina há-de estranhar, no escuro um contacto com um corpo muito diferente doda avozinha...

quer dizer a mnaneira como secontam as estórias tradicionais é que é estupidificante...


:-)

CSD

9:26 PM  

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