Tradução de Helena Pitta
Tomás Eloy Martínez nasceu a 16 de
Julho de 1934, em Tucumán, Argentina, tendo falecido a 31 de Janeiro
de 2010, vítima de cancro, ao 75 anos.
Foi, além de jornalista e escritor, um intelectual brilhante arrebatando, no ano de 2002, o
Prémio Alfaguara com O Voo da Rainha, o romance de que aqui
tratamos.
Apesar de exibir muitos traços comuns em relação ao protagonista do romance, que também é o narrador principal(a
profissão, a erudição, a cultura e, até, a doença) o Autor é,
no entanto, uma espécie de “eu invertido” em relação à sua
“criatura”, no tocante à personalidade: Martínez construiu a persona do editor G. M. Camargo como o simétrico da sua própria
personalidade, o “EU” do outro lado do espelho,
emprestando-lhe a profissão de jornalista e editor, os gostos
culturais no que tocante à música, ao cinema e até mesmo à
literatura, atribuindo-lhe, no entanto, a característica que considerava como a
mais abominável de sempre, presente no género humano: a soberba.
Todos aqueles que conviveram de perto com o Autor na
altura em que escreveu O Voo da Rainha afirmam que Tomás Eloy Matrtínez procedeu
a uma cuidadosa investigação sobre os passos, hábitos e tiques de
um dos seus pares, conhecido como "uma sinistra figura do meio editorial
sul-americano", segundo o jornalista Ariel Palacios
(blogs.estadao.com.br) no seu artigo “Tomás Eloy Martínez: o
Ficcionista da História”. Segundo Palacios, essa mesma “sinistra
figura” teria servido de base para a criação deste livro, numa
construção ficcional, mas baseada em factos verídicos. Na
verdade, o que único aspecto que provoca um certo incómodo neste livro é, precisamente o
facto de a história ser verosímil a ponto de os acontecimentos que
lhe deram origem terem tido destaque na capa da revista “Veja”, e cujos e protagonistas reais são mencionados
explicita e brevemente no romance como indício da sua conclusão.
A chave para a interpretação de O
Voo da Rainha torna-se inteligível a partir do momento em que
sabemos tratar-se da crónica de um crime, ocorrido originalmente no
Brasil: o assassinato de Sandra Gomide pelo namorado, empresário e
editor Marco António Pimenta Neves. Os factos, no romance transitam de cenário
e são transplantados para a Argentina nos primeiros anos do século
XXI, altura em que aquele país atravessava um grave período de
crise económica, em situação de quase bancarrota. A acção
decorre sensivelmente entre os anos de 1997 e 2001 e, segundo as palavras do Autor,
todo o livro é si mesmo “uma metáfora do que acontecia à época,
na República do Prata”.
Os protagonistas de O Voo da rainha são G.M. Camargo e Reina Remis. Camargo é director do Diario de
Buenos Aires e mostra-se empenhado na luta contra a corrupção
nos mais altos escalões do governo. Fá-lo, no entanto, não por
princípio mas somente para demonstrar que é mais forte do que o
próprio Poder. Ou seja, por soberba. E é com a mesma
presunção que julga apaixonar-se por Reina: para exercer o poder de
domínio de uma mulher que ostenta como uma bandeira a sua liberdade e independência “de gata”.
Reina é, tal como a
jovem que inspirou a sua criação, uma mulher de origem humilde, mas
ambiciosa, inteligente, que anseia por voar alto, tal como a Rainha das
Abelhas. Entrega-se a Camargo em parte por curiosidade, em parte por
se sentir valorizada por um homem a quem considra superior e em parte, também, por ambição. Só muito
mais tarde se apercebe da armadilha em que cai, ao tomar consciência
que em Camargo, o exercício de poder está muito para além das
relações profissionais com os seus colaboradores. o Editor controla, também, a vida pessoal e familiar dos seus colaboradores, inclusive as
afinidades políticas dos seus parentes, entrando inclusivamente no
email pessoal dos seus funcionários.
No Brasil, o responsável pela organização
da colecção Plenos Pecados, da Editora Objectiva, encarregue da publicação do romance
naquele país, cita o escritor mexicano Carlos Fuentes, o qual chegou a afirmar ser esta obra,
“ a história de um país que se imagina europeu, racional,
civilizado e que amanhece um dia sem ilusões. Tão latino-americano
quanto a Venezuela e o México,porém mais enlouquecido porque jamais
se acreditou tão vulnerável, como os seus militares; tão
brutalmente corrupto, como os seus políticos; tão brutalmente
ineficaz, como os seus tecnocratas".
De acordo com a entrevista de Tomás
Eloy Martínez à editora Objectiva, - “a obra aborda o
problema da identidade. Toda a gente tem, em alguma parte, o seu
gémeo: a cada história corresponde outra história, que acontece
num lugar diferente. A identidade não tem contornos precisos, há
duplicidades por toda a parte. E, também, espelhos invertidos”-
inferimos que Camargo é o inverso de Martínez reflectido do outro
lado do espelho.
Os dois autores sintetizam desta forma a dimensão social e pessoa do romance, respectivamente, mas em relação à tipificação da mesma obra, o seu autor coloca-a num ponto intermédio entre a realidade e a ficção, muito a estilo do pós-modernismo.
Em relação à Literatura e ao
Jornalismo, para Tomás Eloy Martínez, herdeiro da tradição
jornalística de Julian Barnes, Gay Talese, Norman Mailer e Truman
Capote não há nenhum escritor latino-americano que não tenha
sido, igualmente, um grande jornalista, aproveitando para citar
nomes como Neruda, Vallejo, García Márquez e, também, o brasileiro
Euclides da Cunha. Sem, no entanto deixar de fazer notar
as diferenças entre as duas formas de escrita: para Martínez, o
jornalista tem de ser sempre fiel à verdade, aos leitores e a
si mesmo” Já a Literatura posiciona-se sempre na zona fronteiriça
entre a realidade e a ficção, pelo que se torna propensa a
ambiguidades, o que permite, também, retratar as diferentes nuances
do real.
Ao estabelecer a ponte entre “a
soberba e o caos da Argentina”, Martínez vai de encontro à opinião d seu colega mexicano Carlos Fuentes, ao reforçar a ideia de que “A
Argentina sempre quis ser um país europeu. E quiçá isso não tenha
sido um erro, esse afã por se distinguir tanto, dos seus vizinhos.
Agora mesmo, a situação é catastrófica e, daquela velha
distinção, aquilo que mantém, de alguma forma, consistência são
as conquistas em matéria de educação e cultura. Mas o futuro é
negro e também estas podem ir a pique. A crise actual é o resultado
de uma forma errónea de entender e aplicar o conceito de
globalização.”.
Sobre “O Voo da Rainha” - a raiz do problema
Esta novela veio levantar o meu
ânimo. O desenvolvimento deste romance passou por várias
interrupções, provocadas por uma enfermidade pela qual passei, mas
que teve um desenlace feliz. E depois veio a morte da minha esposa,
num atropelamento do qual eu também fui vítima e que me paralisou
durante seis meses.
A soberba, "o mais venal dos pecados", na
perspectiva do Autor "é a raiz a partir
da qual derivam todos os males" como pretende a trama e o argumento de O Voo
da Rainha. Para o Dicionário Houain da Língua Portuguesa, a
soberba equivale à altivez por parte de alguém que se vê ou sente
como superior a outrem; um sentimento de auto-elevação, arrogância.
Segundo o padre Teodoro el Grecco, "trata-se de um desejo desordenado, ou uma visão distorcida da
própria superioridade. Sentimentos subsidiários à soberba podem
ser também a ambição, a presunção, a vanglória, a hipocrisia e
a ostentação."
Segundo Martínez, teologicamente, já
com S. Agostinho se fez a distinção entre Soberba e orgulho, sendo que este último poderá apresentar-se como legítimo, porque compatível com a humanidade, se se tiver em conta, como dado
adquirido, ter sido o Homem construído à semelhança da Divindade, ao
passo que a soberba será a manifestação ridícula, arrogante,
afectada de um orgulho ilegítimo.
Segundo Alceu Amoroso Lima – Jornal
do Brasil, 1982 – “na soberba ocorre a auto-divinização do
Homem. É ela fruto de todos os pecados, porque nega a existência
deles, isto é, ao afirmar a superioridade do Homem sobre todas as
coisas, contesta a existência de falhas humanas.
Comentário à obra
Voo da Rainha é, na realidade,
a crónica de uma paixão obsessiva que expõe diante dos nossos
olhos a anatomia de um crime passional, uma vez que é contada pelo
ponto de vista do criminoso que é, também, o narrador principal.
Este narrador participante alterna, por vezes, com a aquele que é o
seu duplo, ou a
projecção da persona que escreve o romance que é, por sua vez, o inverso do seu
anti-herói.
Mas o narrador participante é, no caso
de O Voo da Rainha precisamente aquele com quem o leitor não
se identifica por ser quem incarna a característica que se revela para o autor e para a maior parte da humanidade a mais odiosa: a soberba, que passa a ser o tema central do romance.
Este narrador terá, então, o papel de conduzir o leitor ao longo de
toda a intriga, “empurrando-o” para o desenlace final, face ao
qual nos sentimos irremediavelmente atraídos, apesar de todos os
indícios que pressagiam a tragédia.
Parte da trama lembra, de certa
forma, no filme A Janela Indiscreta de Alfred Hitchcock, a
condizer com os gostos cinéfilos do Autor.
O tratamento e exploração do tipo de
distorção da personalidade como a de Camargo, cuja soberba se
manifesta numa atitude de cínica altivez e sentimento de
superioridade relativamente aos restantes elementos da raça humana é
apenas uma das dimensões que compõem a trama
do romance. Na verdade, a história gira também, num plano mais
pessoal, à volta da paixão obsessiva deste empresário dos media e do desejo de posse ou domínio
do mesmo editor, por
uma das suas colaboradoras. A forma como lida com essa pulsão serve,
por si só, para caracterizar a forma abusiva como exerce o poder:
Reina (Rainha, em castelhano) é um jovem em início de carreira, de
origem humilde mas culta, que preza muito e a própria liberdade de acção e expressão, cultivando uma secreta sensualidade, denunciada por
pequenos gestos, executados de forma quase automática, quando julga
que não está a ser observada. Reina Remis ambiciona afirmar-se como
jornalista e, posteriormente, como escritora e investigadora,
dedicando-se a estudar enigmas e questões que envolvem ética,
filosofia e religião. Profissionalmente, a sua atitude dominante é
a de uma repórter intrépida, capaz de grandes golpes de audácia,
envolvendo-se por vezes em situações de elevado risco, com o
objectivo de conseguir uma boa reportagem.
EM contrapartida, o perseguidor Camargo
mostra-se, ao longo da trama, como o predador que é, observando, na
sombra, todos os movimentos da presa, registando hábitos, rotinas,
origens sociais e familiares, ligações, história de vida, sem o
conhecimento da jovem.
Na verdade, Camargo adopta este
procedimento não em relação a Reina, mas também em relação à
vida privada de todos aqueles com quem se relaciona, pessoal e profissionalmente, incluindo o percurso
político dos respectivos familiares e ligações sentimentais,
contando para tal com uma espécie de “polícia política secreta”
dentro do jornal, peritos em informática, especialistas em invadir o correio electrónico pessoal dos funcionários visados por Camargo.
Neste contexto, a devassa à vida de Reina Remis está longe de ser
um caso isolado nos procedimentos de do seu chefe e ex-marido, mas antes um
comportamento padrão de que se serve para exercer o poder, como se
estivesse à frente de um Governo de um estado de regime autoritário.
Ao ler os emails pessoas dos seus
colaboradores, Camargo afirma a dada altura: “Nenhum destes
zângãos faz a mais pequena ideia de que, quando escreve, se
revela”.
Os acontecimentos que se sucedem ao longo do romance, situam-se temporalmente no final da década de
1990 do século XX, altura em que à conjuntura económica desfavorável vivida na época, se juntava a corrupção generalizada da estrutura político-governamental,
assente no tráfico de influências e que se traduzia em gigantescos
desvios das verbas públicas para cofres privados.
Neste contexto, a extrema soberba da
personagem principal, o editor Camargo acaba por ser a forma de
demonstrar como se exerce o chamado “quarto poder” (Tofler)
quando um país só dispõe de jornalismo associado a uma
determinada facção política, a funcionar como extensão do partido
que está no poder ou, pelo contrário como o seu concorrente directo, o que é neste
caso, a posição de Camargo.
Em relação à vida privada, a mesma
personagem, opta por um modelo comportamental que denuncia um estado
de espírito a caminhar progressivamente para o caos: o interesse
pela própria família esvai-se, centrando-se cada vez mais
obsessivamente na figura de Reina, no sentido de seguir todos os
movimentos daquela que lhe parece cada vez mais como a incarnação
do espírito da abelha-mestra, a rainha que deseja voar até ao sol.
Até se lhe queimarem as asas. À semelhança do sucedido a Ícaro.
A extrema soberba de Camargo acaba por se transfigurar de comportamento abusivo em atitude criminosa,
levando-o a planear e executar, de forma insidiosa e fria, vários crimes contra a mema pessoa, com requintes de crueldade.
De facto a atitude de Camargo é explicada logo nas epígrafes que introduzem o romance:
O criminoso não cria a beleza: ele
próprio é a beleza em estado puro, ou julga ser,
seja qual for o tipo de beleza que pretende incarnar. A frase é de
Jean-Paul Sartre e descreve com precisão o carácter de alguém
extremamente narcisista, que só se admira a si mesmo.
A outra frase elucidativa vem apenar
completar a primeira:
“A soberba é por assim dizer, a
abelha-rainha de todos os vícios e pecados”.
A partir do momento em que Remis se
torna amante de Camargo, irá sofrer uma ascensão profissional vertiginosa
e, ao mesmo tempo, deixar-se contaminar um pouco pela mesma soberba do
chefe e amante. Até chegar a altura em que o relacionamento começa
a degradar-se.
Já depois da ruptura, numa das
devassas feitas ao apartamento de Remis, Camargo encontra uma
inquietante notícia sobre o assassínio da jovem esposa (Sandra Gomide) de um empresário de
uma editora brasileira (Pimenta Neves) e da forma escorregadia em como este consegue
esgueirar-se por entre os meandros da lei e assim, escapar à prisão,
trabalhando meticulosamente no sentido de destruir a reputação da
vítima, para conseguir atenuantes. A táctica consistia em lançar a
dúvida para manipular a opinião pública e os magistrados encarregues de
julgar o caso, relativamente ao carácter e à estabilidade emocional
da vítima.
O estilo de Martínez
Quando entramos na narrativa de O Voo
da rainha deparamo-nos com o forte impacto do desconforto causado
pela sensação de sermos confrontados com a admiração pela
distinção que caracteriza a figura do narrador (Camargo) dono de
uma evidentemente vasta cultura cinéfila e literária, denunciada
pelas várias citações e referências que faz ao longo do discurso;
d e uma inteligência e sagacidade, evidenciadas pela consciência lúcida
face à situação económica que atravessa a Argentina, naquele
momento da sua História. O único elemento discordante face a uma
pessoa que tanto se distingue da média é o aparente desequilíbrio que está patente na compulsividade com que observa uma jovem que está diante de
um espelho no prédio em frente a despir-se. Aquela a quem o narrador a
examina sem ser visto, com uma espécie de telescópio, protegido
pela penumbra do quarto. A esta indiscrição Hitchcockiana,
sucede-se uma série de factos que interligados, nos vão dando a
percepção da dimensão monstruosa da personalidade de Camargo.
Começamos por estranhar o facto de esta personagem se introduzir, de
forma despropositada e por demais invasiva, na vida alheia e da jovem aparentemente uma desconhecida, muito antes de sabermos o teor da relação que esta
mantém com o narrador.
Paralelamente à obsessão demonstrada por aquele estranho homem face a uma jovem notamos, paralelamente, uma estranha
indiferença em relação à própria família: sobretudo o pouco
caso que faz das duas filhas adolescentes, uma das quais doente
oncológica em estado crítico. O detalhe da cena em que Camargo encontra, entre as coisas de Reina, o exemplar da revista onde vêm relatados os factos de um caso em tudo semelhante ao ocorrido no romance,
com o título de “uma paixão Brasileira” é já um indício do
desfecho da história, fazendo parte do" jogo de espelhos", utilizado por
Tomás Eloy Martínez como recurso estilístico. Como já foi dito
anteriormente Martínez via em Pimenta das Neves o seu simétrico:
alguém que emparelhava consigo no tocante ao currículo profissional, mas diametralmente oposto no tocante à personalidade. A soberba de
Pimenta das Neves é substituída em Martínez pela consciência
crítica, que lhe serve de bitola para construir a personagem Camargo, produto da fusão de ambos. Apesar do requinte e postura
cavalheiresca (como era característica do autor), Camargo age como
Pimenta da Neves: como se fosse um semi-deus que tudo vê, tudo sabe
e tudo pode, empenhado em demonstrar um profunda arrogância por todos à sua volta, por considerar-se
superior quer aos seus pares quer aos próprios colaboradores a quem
chama de subordinados. Tanto a personagem real
inspiradora como a ficcional se destacam por serem figuras que
utilizam próprio o poder para impedir a ex-companheira de encontrar
trabalho, mediante o despeito a jovem ter posto um fim à relação.
O desenvolvimento da trama ficcional tem um percurso ligeiramente
diferente àquele que fez correr rios de tinta no Brasil, mas o
resultado é estranhamente similar: o voo de Reina, a rainha, a
abelha-mestra, é abruptamente interrompido após uma série de
reveses inesperados.
A grande mais-valia deste romance de
Martínez consiste numa habilidade invulgar para fundir realidade e
ficção. O narrador principal entra frequentemente em diálogo
consigo mesmo, ou melhor, com o seu duplo, do outro lado do espelho
da alma. Nestes diálogos exploram-se reflexões sobre o crime,
reportando-o a vários planos e dimensões numa tentativa de dissecar os fundamentos do Mal
absoluto.
O primeiro indício de uma mente
criminosa, onde o Eu se vê como algo de sublime ao praticar u crime, está patente logo na pág 46 desta edição da ASA quando, numa das
suas divagações Camargo medita: Todo o criminoso é um poeta que
escreve um crime. Sendo que aqui o verbo “escrever” é na
verdade um eufemismo que significa realmente “planear” ou
“arquitectar”, “Esquematizar”: os passos que constituem a
preparação para o acto final. Este Ego vê-se a si esmo como um
poeta mas somente para dar uma conotação de sublime ao acto que
pratica e que é socialmente inaceitável, aquilo a que em psicologia
se chama de “sublimação". Só desta forma se consegue entender e
reconstituir o pensamento do criminoso.
A escrita impecável, sem melodramas
nem qualquer apelo ao sentimentalismo ao leitor deste livro
reveste-se de importância máxima na tomada de consciência de
algumas das mais graves maleitas sociais dos nossos dias, pelo que a sua leitura se torna urgente e inequivocamente recomendável.
Cláudia de Sousa Dias
03-06-2011/ 23-01-2012